AS CARIOCAS (1966)
O FILME EM QUESTÃO
por Alberto Shatovsky

O melhor de As Cariocas, por pouco uma obra-prima, no gênero,
é o episódio de Roberto Santos, também escrito por Sérgio Pôrto.
Em cena, a ruidosa personagem de uma carioca da Penha, eleita Rainha das praias do Rio, e que ameaça fazer um strip-tease em plena via pública, em sinal de protesto devido a seu carro ter sido propositadamente amassado. O incidente desencadeia, em retrocesso, todos os fatos da vida da moça, vistos através de um programa de tevê. A personagem é deliciosa, a própria imagem de tantas miss e rainhas que entram na vida artistica com a cara e a coragem, assim permanecendo a vida inteira. Há boa inventiva cômica e o emprego dos mais variados recursos visuais. Roberto Santos fez muitos jingles publicitários, entre o Grande Momento (1954) e Matraga (1966), e usa com propriedade muita coisa experimentada naquela escola. Íris Bruzzi está à vontade no papel
e é melhor coisa do elenco.