AS CARIOCAS (1966)
AS CARIOCAS (II)
por Ely Azevedo
Stanislaw Ponte Preta extraiu a idéia de um notícia de jornal e Roberto Santos, roteirista e realizador, desenvolveu seu episódio com a liberdade e a vivacidade de uma reportagem. Em verdade, desde as primeiras imagens de Marlene Cardoso (Íris Bruzzi) em escaramuça com o policial até o mais cândido dos gestos obscenos com o qual ela desabafa o que pensa de seus perseguidores, tudo está entre os limites de uma reportagem de televisão. E poucos momentos o filme revela algo fora do programa: a torcida da amiga fora do alcance da câmara reações do pessoal do estúdio e de uma bandeira nazista – esta mensagem, deslocada, óbvia, sobretudo pleonástica, um dos principais fatores do sucesso do filmes junto a alguns críticos tribais ou candidatos à promoção (promoção?) a cineastas num cinema onde a carteirinha de esquerda abre portas.