O HOMEM NU (1967)
por Miguel Pereira
Com apenas três filmes, “O Grande Momento”, “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, e o terceiro episódio de “ As Cariocas”, Roberto Santos era já considerado um importante autor do cinema brasileiro. Agora aparece com a adaptação do conto de Fernando Sabino. “O Homem Nu” e aquela idéia se corrobora acentuadamente. Uma adaptação que leva a sua marca criadora oscilando entre o humor e o trágico dessa situação inusitada.
O Homem Nu torna-se o terceiro homem. Roberto Santos aproveita muito bem a idéia do conto e a desenvolve com absoluta segurança. Superou o possível ridículo da situação dando-lhe uma dimensão superior. Além disso, o filme apresenta uma qualidade rara entre os cineastas do cinema novo: comunica-se com o publico. Roberto Santos é nisto o pioneiro, pois já o terceiro episódio de “As Cariocas” trilhava pelo mesmo caminho. Essa difícil síntese é animadora e abre perspectivas para o bom cinema brasileiro, que se tem debatido seriamente com esse problema. “ O Homem Nu” apresenta ainda o excelente interprete Paulo José e evidencia a capacidade de Roberto Santos na condução do Elenco.