A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA (1965)
MATRAGA
por Armindo Blanco

Em análise de um filme como “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” não pode ser enquadrada na bitola estreita de uma simples resenha crítica.

Estamos, de fato, diante de um filme de que se falará por muito tempo, não apenas pela riqueza de sua linguagem cinematográfica, como também pelos amplos caminhos que rasga ao chamado “Cinema Novo”.

Daríamos, portanto, à guisa de informação utilitária destinada ao público geral, que "A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, pelos seus valores estéticos e humanos, é espetáculo de um nível só raramente atingido entre nós. Destacaríamos a brilhante direção de Roberto Santos, do qual apesar das sólidas promessas de “O Grande Momento” – não se esperaria tanto, devido ao longo período de inatividade a que esteve submetido; a fotografia de Hélio Silva – talvez a maior revelação do filme; as interpretações de Leonardo Vilar como Matraga e Jofre Soares como Joãozinho Bem-Bem; ainda a música de Geraldo Vandré, que desempenha importante papel (por várias vezes algo ostensivo) na criação do clima psicológico proposto pelo roteiro.