A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA (1965)
PANORAMA DA SEMANA - OS FILMES QUE ESTRÉIAM
por Mirian Alencar

O grande momento da semana: A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos. O primeiro longa metragem de Roberto foi O grande Momento, realizado em 1956 e com o qual obteve o prêmio de direção no Festival de Santa Margarida Ligure, na Itália. Depois, houve um período de silêncio pois Roberto Santos não encontrava condições econômicas para filmar, e, enquanto isso, amadureciam muitas de suas idéias e, talvez a melhor de todas, ai esta. Inspirado no conto de Guimarães Rosa, que se emocionou com a fidelidade e autenticidade de sua obra que Roberto manteve no filme. A Hora e Vez de Augusto Matraga representará oficialmente o Brasil no Festival de Canes.

Para a escolha, Matraga foi exibido a críticos, diretores e produtores franceses, já havendo inclusive promessas de compra para sua posterior exibição na Europa. A famosa companhia de discos Barclay entusiasmou-se a tal ponto com a música do filme que resolveu promover uma noite especial em Nice, quando será apresentada toda a trilha sonora, de autoria de Geraldo Vandré, por sua vez, o trabalho de Leonardo Vilar está sendo considerado superior, por críticos europeus, a sua interpretação em O Pagador de Promessas, com a esperança do cobiçado prêmio internacional.

No I Festival do Cinema Brasileiro, realizado em Brasília, em fins do ano passado, A Hora e a Vez de Augusto Matraga conquistou cinco prêmios: Melhor Argumento – Roberto Santos; Melhor Direção – Roberto Santos; Melhor Diálogo – Gianfrancesco Guarnieri; Melhor Música – Geraldo Vandré; Melhor Ator – Leonardo Vilar.