O GRANDE MOMENTO (1957)
JORNAL DO BRASIL - Rio de Janeiro, 17/12/1958
por Geraldo Queiroz

Apresenta-se, assim, Roberto Santos com qualidades evidentes na narração de uma história como a de “O Grande Momento”. Sua história, sem ser extremamente original - foram tantos os filmes italianos abordando situações idênticas, inclusive a experiência neo-realista de Richard Brooks com “A festa do Casamento” – serviu, contudo, para apresentar as possibilidades do diretor estreante, que entre outras qualidades possui nítido sentido do que seja ritmo, graças ao qual seu filme se desenvolve lento a princípio, mas se anima aos poucos, à medida que os acontecimentos envolve, a história. Poder-se-iam fazer algumas objeções a intensidade de algumas seqüências, a maioria delas ligadas por um continuo abuso de intensidade rítmica impressa às imagens, como numa busca excessiva de recriar o ritmo ou numa vertiginosidade crescente no comportamento dos atores, quando seria bastante compreensível que o personagem principal – diante das dificuldades apresentadas – encontrasse tempo para um maior relaxamento.