AS TRÊS MORTES DE SOLANO (1975)
Suplemento Cultural
Página 04 - Ano I - Número 29

Observando o trabalho de Roberto Santos desde O Grande Momento até As Três Mortes de Solano, é fácil observar o seu temperamento complexo, uma necessidade permanente de expressar-se em filme e a consistente originalidade de todos os seus trabalhos, facilmente reconhecíveis não só pelo que dizem, mas, e principalmente, pela maneira tão pessoal de dizê-lo. Essas qualidades o distingue, como um dos poucos verdadeiros criadores cinematográficos brasileiros.

Suas preocupações constantes (a luta pelo, poder, a relação opressor/oprimido) são mostradas em trabalhos muitas vezes construídos sobre contradições, fazendo com que a consistência da sua visão seja mais facilmente sentida do que formulada.

Sua grande qualidade de cineasta é sua habilidade em manter seus instintos não contaminados pelo seu intelecto e seu intelecto não contaminado pelos seus instintos.